domingo, 5 de maio de 2013

Manfredini

Fui ver o filme do Renato Russo.. "Somos tão jovens". Não conhecia muita coisa, nunca tinha lido nada sobre, mas sempre ficou entre as top 5 nacionais (Chico, Caetano, Kid Abelha, Skank, Jota Quest). Enfim.
Lá apareceu um Herbert. Lembrei do Vianna. Pensei "não pode ser, o Vianna é velho". Em casa, verifiquei que era ele mesmo.

Puts, o tempo passou, o Renato Russo não morreu ontem.
Fiquei meio estática por ter me perdido no tempo. Procurei, ele morreu de AIDS quando eu tinha 1 ano.
Talvez seja o potencial revolucionário que dá essa ideia de juventude; não sei ao certo.
Nem sei sua posição política específica. Só sei que era contra, e isso já basta.

Óbvio que eu queria presenciar um show, mas pelo menos... Pelo menos ele morreu sem perder o caráter revolucionário e insatisfeito. Pelo menos não passou pela conversão que passaram os da MPB. Talvez pela idade, talvez pela preguiça, não entendo. Talvez eu não entenda pela juventude. E ainda bem que ele também não chegou a entender.

"Não posso nem tentar me divertir
O tempo inteiro eu tenho que estudar
Fico só pensando se vou conseguir
 Passar na porra do vestibular"


Só pra não cair no ostracismo

Dedicação: a tudo aquilo que eu nao quero ser.
Morreu atravessando a rua, evitando olhar para o mendigo.
Um dia doou dois reais e ficou feliz, foi comemorar.
Ganhava a sua vida e a dos outros vendendo indulgências modernas, pedaços do céu. Apartamentos em planta.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Cotidiano

_____Um tanto curioso o limite de dó do ser humano. Digo, aquele ponto em que se tenha piedade. Algumas coisas são consideradas absurdas, outras são cotidianas e ignoradas.
_____ Não acredito que todos sempre tenham sido assim. Hoje, andando pela Paulista, vi um cego pedindo esmolas. Ele sempre está lá com outra cega. Segui andando. Vi um senhor negro, ajoelhado em uma almofada, balançando um pote, com uma placa "Por favor, me ajude a comprar meus remédios". Segui andando. Tenho uma filosofia de vida: não ir dormir pensando em algo que poderia ser feito aquele dia. Não queria me arrepender de não ajudar alguém. Entrei em uma loja para ver se tinha trocado, não tinha. Segui. No mesmo quarteirão em que vi esses 2 necessitados, vi um que também sempre esta lá. Ele é todo torto, também tem uma placa, anda se rastejando e nos encara implorando, silenciosamente, por misericórdia.
_____ Ninguém olha, ninguém se assusta, ninguém nota. Fiquei imaginando se todos percebem mas não conseguem olhar por dó. Mas não, acho que só já nos acostumamos. Quando será que isso aconteceu? Talvez cada um já nasça assim. Talvez todos nasçam compaixosos e a criação modifica isso.
_____ Não acredito em nada disso. Assim como não olho nos olhos dessas pessoas, não queria escrever isto. Mas acho que já somos assim há algumas gerações. Ou, considerando a escravidão etc, talvez já sejamos assim há alguns bons séculos. Desde que surgiu a propriedade privada? Não sei quando, mas nos acostumamos a ver essas coisas. Talvez nasçamos impressionados, curiosos; nada mais. Como a curiosidade só acorda com o novo, o raro, essa curiosidade morre rápido, tantas são as barbáries que vemos e, logo, ignoramos.
_____ A questão é: desde quando o homem deixou de se afligir com outros homens com fome, com dor? É triste isso já ser tão interno, tão nosso.
_____ Pensei, pensei, pensei. Percebi que eu mesma, não tive dó do cego. Só tive dó daqueles que olharam nos meus olhos,  e cujo pedido eu neguei, desviando o olhar.
_____ Depois, pior: percebi que não fora dó nem compaixão, só medo da consciência pesada. Que vergonha. Quis ajudar alguém por causa de uma "filosofia".
_____ Talvez eu me acostume com o cara da almofada e dos remédios, e com o cara torto. Sinto que isto já esteja acontecendo. E é assim que acontece. Algo absolutamente bárbaro é tratado como tal, até que se vire comum. Mesmo sendo tão bárbaro quanto antes, não importa mais, pois é cotidiano. É esse o pensamento humano generalizado.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Nota

______ Reli uns textos meus. Não sei porque insisto nisso se odeio isso. Me sinto patética, sinto que não deveria escrever. Por isso mal divulgo esse blog. Enfim.
______ Li e deixei de ter saudade de coisas que eu tinha acabado de sentir. Deixei de ter saudades dos amores não vividos. Li sobre enquanto eu estava pensando que os vivia, que os amava. Foram uma merda. Pensei que mesmo não vividos, não foram os melhores... Foram os que mais brochantes. Enfim.
______ Só pra vocês saberem que nem idealizados vocês conseguem ser os melhores.

Momento diário

______Ontem eu pensei e falei sobre tatuagens. Devo admitir que não passa de um sonho. Admito isso pois não sei se um dia terei a coragem necessária. Ao mesmo tempo, não é porque é um sonho que nunca será sonhado e realizado.
______ Procurei primeiro o leao. Achei uma foto exatamente de como o quero, no mesmo lugar, na mesma cor, com a mesma sombra. Até aí, ok.
______ O engraçado foi quando procurei as aspas. Uma tal de Natacha de não sei aonde as fez. Basicamente pelos mesmo motivos que eu.. Gosta de escrever, seu significado blablabla. Não desmerecendo a tatuagem, mas o legal vem depois. Ela escreveu mais ou menos assim "Todos sabem que minha escritora preferida é a Clarice Lispector. Depois de feita a tatuagem, achei uma de suas citações 'Sempre conservei uma aspa à esquerda e à direita de mim'. Fiquei eufórica, ela tinha o mesmo pensamento que eu!''.
______ Na hora, primeiro tive vergonha por ela. Não é por nada, mas é muita coragem admitir isso, reconhecer isso. Eu tenho vergonha de parecer muito poética ou com pouca modéstia, sei que é pura besteira. Mas pensei que, no lugar dela, eu enlouqueceria. Primeiro de felicidade, depois por querer contar para as pessoas e não saber como. Não por não saber as palavras, e sim por não saber a cara. A cara que eu faria quando dizesse que eu eu CL pensamos iguais. Enfim, achei um ato engraçado e corajoso. Isso tudo, ela escreveu em seu formspring respondendo sobre a tatuagem.
______ Tomara que ela nunca veja isso aqui, ou que não entenda errado.
______ Enfim, fiquei mais animada com as tatuagens. Sei que, se elas chegarem, demorarão. Mas sempre vou lembrar da menina do formspring.

Vai saber

_____ Ontem fui dormir com uma vontade de escrever... Não sentia aquilo há tempos. Tive até insônia. Agora, quando fui escrever esse último texto abaixo, tinha-o quase que decorado.
_____ Pra você ver né. Agora, a tarde, sozinha em casa, com o computador de ligado, nada quero escrever. Talvez apenas continuar a digitar o meu livro de história do ensino médio.
_____ Falando nisso, me peguei pensando no porquê disso. Pra que digitar meu livro.
Lógico, é um documento importante, aprendi muito, blablabla.
_____ Mas talvez seja para eternizar. Foram 3 anos que não se pode ignorar, ninguem pode. Comecei a escrever nesses 3 anos. Larguei a louca ideia de ser advogada. Morri, vivi, renasci. 
_____ Esse último ano eu parei de escrever. Me desinspirei. Não sei se alguém percebeu, eu tirei aquela colagem da minha parede.. Me recordo de já ter escrito sobre isso. Enfim, nem eu mesma percebi, não fez falta.
_____ Vai ver aquela inspiração era realmente pura ladainha. Vai saber.

(Reclamação) à papelaria Cordiolli

_____(Sujeitos ocultos) Falam sobre página virada, fim de capítulo. Não consigo entender.. Esse tal livro, chamado vida, de que tanto falam. Acho que o meu tem as páginas feitas de folha vegetal.
_____ Por isso, aqui estou eu. A primeira papelaria de que me recordo, e única que conheço o nome, é esta, a papelaria Cordiolli. Uma papelaria de bairro, um dos meus lugares preferidos no meu bairro. Enfim, acho que se devo reclamar para alguém, é para essa papelaria. Deve ter sido lá que meu livro da vida foi comprado. Apostando que minha mãe não o comprou em alguma franquia das lojas ''Armarinhos Fernando'' no centro da cidade.
_____ A questão é. Eu vivo tudo isso de uma vez, não consigo separar páginas, muito menos capítulos. Sinto tudo, lembro de tudo. Daí, tirei que meu livro seja feito de papel vegetal, aquele usado para se copiar mapas. Além disso, eu adorava copiar mapas, e adorava a magia do papel vegetal. Minha irmã inclusive me ensinou técnicas para pintar este tipo de papel. Talvez eu mesma tenha escolhido este material. Engraçado como disto eu não consigo me lembrar. De qualquer forma, seja lá como tenha sido, não é justo terem me vendido um livro deste tipo. Uma completa bagunça. Parece que as coisas foram escritas umas em cima das outras.
_____ Enfim, não consigo separar as coisas. Talvez o Sr. dono da papelaria não possa fazer nada, mas eu precisava desabafar. O que tenho mais saudade é das coisas que não aconteceram. "Os melhores amores são aqueles não vividos". Por motivos óbvios, aqueles escritos e não vividos são os melhores e dos quais tenho mais saudade. Parece que eles foram escrito em negrito, e sempre estão presentes em algum canto, alguma margem, de todas as páginas. É claro que se vividos eles fossem, nada de mais teriam. Seriam só mais histórias tristes ou entediantes que deram errado. Eles só são os melhores amores por não existirem. Graças a Deus.
_____ Agora pensando, não posso exigir-lhe um novo livro, nem posso mais chamar isto de reclamação. Apenas posso pedir que sejas minha testemunha quando, algum dia, eu viva ou morta, alguém não me entender.. Não tive culpa. O problema foi o livro, aquele das páginas de papel vegetal.


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A grama tá escassa

_____ Enfim né. Se um dia eu for escrever um livro, eu já sei o nome. 
_____ Apesar dos pesares deste ano, e sabemos que foram muitos, agora temos histórias. Muitas.
_____ Como já disse, não consigo nem mais tentar ser poética. Aqui começa a minha fase à La Fabiano. GRRR.
_____ Eu e a Bia estávamos no metrô, falando sobre a maior coisa do ano, a merda do vestibular. Um velho fdp ouviu e se meteu na conversa.
Uma vírgula aqui. (O quão triste é a vida de alguém, ou o quão mal-educada ela é, ou por qual motivo plausível alguém interrompe a conversa de duas pessoas no metrô? É pra se ter pena né.)
_____ Voltando, ele intorrompeu nossa conversa e começou um ensaio sobre o quanto é importante estudar. Sabe o que que é? É que ele é vendedor da 25 de março e esses dias passou dificuldades por não falar inglês, e um monte de gringo foi na loja dele. Além disso, a grama tá escassa. Precisa pastar muito pra ser alguém, ou então você vira vagabundo. Ele perguntou o que a Bia queria, ela disse medicina, ele disse que ela tem que estudar mais ainda do que ele imaginava! Eu menti dizendo que queria publicidade, ele torceu o nariz e disse que é difícil, mas é só estudar.
_____ Eu e a Bia ficamos, obviamente, assustadas. E, mais obviamente, controlando um riso absurdo. Saindo do metrô, uma mulher com uma criança nos parou e disse que entendia o porquê de nós acharmos tudo muito engraçado... Mas que, apesar disso, aquele homem só falou a mais pura verdade.
_____ Moral da história? Ambos, com esse discursinho mela cueca de pais, nos atrasaram para o cursinho.
_____ Brincadeira. A moral é que eu lembrei de uma alegoria que eu criei quando era pequena. Aliás, quando era menor, para os engraçadinhos pararem com piadas hehe.
Enfim, não sei se aquela alegoria surgiu porque eu era desocupada demais, ou se foi porque as crianças têm um mundo próprio, ou se todas as crianças criam essas coisas mas só eu tenho essas lembranças vivas na memória (alguma coisa tem que ficar no lugar das fórmulas e propriedades ne).
_____ A questão é que eu fiquei sabendo que dava pra se comprar apartamentos sem que eles estivessem construídos. Como assim mãe??? Ah, você compra eles na planta. Que planta mãe? É um desenho... Você compra o projeto antes do prédio ser construído, e aí depois que ele fica pronto você vai morar lá.
_____ O quanto isso me intrigou, só Deus sabe. Fiquei pensando o que seria uma pessoa que comprava um apartamento na planta. Nossa! É o dono de um pedacinho do céu! É uma indulgência descarada.
Idai né. Idai que essa vai ser a história.
_____ Um Brás Cubas cujo discurso era "a grama tá escassa", e que comprava pedacinhos do céu para lucrar com isso. É a história de um hipócrita. Porque, afinal, todos nós somos um pouquinho. Mas tem gente que é um absurdo.
_____ Não sei o quanto isso é viagem, mas parece que vai me entretar bastante. Já é um ponto positivo.

Sobre o vestibular

Sobre uma prova. Sobre um ponto. Sobre uma merda de vida. Sobre um dia. Sobre aquele ponto.
Como diria Olita, sobre essa vida de bosta. Realmente, eu também não me conformo.
Sobre como conseguimos lembrar apenas das coisas ruins.
Esse ano foi horrível. Parei de escrever, a tal inspiraçao que eu tanto idealizava provou que não existe. Lembro sobre pensar que a tristeza é a inspiração... Agora, nem ao menos nessa forma ela se manifesta. Nem nesse fundo de poço.
Todos podem enumerar todas as coisas maravilhosas que aconteceram pra mim neste ano, até eu. Pra você ver como as coisas são quando a gente ta triste.
Triste, frustrado, decepcionado, desacreditado.
Como não tenho mais vontade de escrever, e tampouco isto me realiza ou me conforta, nem sei mais o propósito desse ano de bosta. Nem sei se ano que vem vai valer a pena.
Tinha uma palavra na parede do meu quarto, eu mesma a fiz com recortes de revista... Hoje eu tirei aquilo e joguei no lixo. Parei de acreditar nessas coisas. 
Parei de acreditar nas coisas.
Isso tudo é besteira, mais uma divagação que ninguém vai ler, e que eu vou ter vergonha de reler, então será esquecida.
Mas, por enquanto, pelo menos, parece que vai durar pra sempre.
Nunca fui poética, mas perdi a vontade de tentar.
Não sei mais o que quero ser.
Ontem a noite eu não consegui dormir, comecei a lembrar de pequenas coisas tristes... Hoje a tarde, lembrei de grandes coisas tristes.
Tenho 17 anos e tenho saudade de gente que morreu.
Até o aleatório do iTunes resolvei conspirar.
Mas aí tem aqueles amigos, aquelas pessoas... Mesmo que por um segundo, o propósito de chorar acaba mudando. Vai entender né.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Degradê

___Desde criança Ano Novo é sinônimo de calcinha nova. Todo dia 31 de dezembro minha mãe já tinha comprado uma calcinha nova especial para o Ano Novo, normalmente branca.
___Cresci e fui comprar minhas próprias calcinhas. As de Ano Novo eram rosas, não muito ousadas. Cada cor tinha um significado... Amor, paixão, paz etc.
___O rosa, pro amor, não deu resultado. Cresci mais um pouco e optei pelo vermelho. Aí fodeu. Só coisa mal resolvida, platônica, não correspondida, isso quando acontecia alguma coisa.
___Engraçado como o ser humano ama aprender pela dor.
___Usei vários anos seguidos a calcinha vermelha. Cada ano mais ardente, a cor. Cada ano mais sangrentas, as paixões.
___Ano passado eu desisti.
___Pensei: Quer saber? Dane-se. Nunca deu certo, não é agora que vai dar. Vou escolher o azul, e vou escolher o significado que eu quero: Paz, Estabilidade e Sorte.
___Outro tapa na minha cara. Não é que deu certo? Ganhei o trio parada dura, e ainda o amor que tanto pedi, implorei, tentei comprar com as calcinhas.
___A gente se atropela pela vida. Diz que os outros nos atropelam e mudam nossos planos. Mas nossos próprios desejos nos fazem capotar pela estrada.
___De que custava eu esperar mais alguns anos com a rosa? Eu era uma criança, era óbvio que não aconteceria nada, mesmo que eu passasse o Ano Novo sem calcinha.
___Minha preocupação atual? Qual a cor que mantém as coisas boas e leva embora as coisas ruins.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Divino tapa na cara

____Hoje Deus me deu um tapa. Na verdade, Deus me fez dar um tapa na cara de um grande amigo, e doeu muito em mim. Na verdade, foi mais que um tapa. Vou contar.
____Saindo do metrô, estava carregando a blusa desse amigo, que ultimamente tem se mostrado um dos melhores que eu já tive e terei na vida. Quando devolvi a blusa, carinhosa e grosseiramente como sou de costume, joguei a blusa na cara do meu amigo. Ele me deu um ''tapa'' com a manga da blusa. Amigavelmente, fui revidar. Foi quando aconteceu.
____Bati, não só com a manga da minha blusa, mas também com seu zíper gigantesco, na cara de meu amigo. Ele se abaixou, eu me desesperei: "CEGUEI O MENINO, F*DEU".
____Foi um corte de meio centímetro na testa, sangrou. O pior de tudo? Ele não se importou, não ficou bravo, não revidou. 
____Foi um tapa silencioso na minha cara.
____Foi Deus me mandando não ser impulsiva, grossa, bruta, intolerante, vingativa... Afirmando o que meu pai sempre disse: "Brincadeira de mão não dá certo". 
____Pensando bem, talvez tenha sido o Diabo falando que eu tenho lugar garantido do lado dele.

Amor (e estudos) em 3 (?) Atos


Primeiro ato: Ensaio geral. Estudávamos, como serão os começos de todos os atos. Mal sei como consigo estudar (o pouco que estudo) ao teu lado, como consigo não me distrair o tempo todo. Aliás, me distraio sim o tempo todo. Te vi mandar uma mensagem, continuei a estudar. Meu celular vibrou.

Segundo ato: Outra demonstração. Estudávamos. Você me mostrou umas fotos de uns amigos, no celular. Eu ri, você riu, quase sem motivo. Apenas por estarmos ali. Depois de um tempo, te vi sorrir, adoro isso. Mas te vi sorrir vendo uma foto. Um cabelo escuro, comprido. Você não imagina o quanto invejo cabelos compridos. Fiquei com aquilo na cabeça. Tentei ignorar, tentei esquecer, tentei fingir que não sou ciumenta. Ficou na tentativa. Pedi para ver as fotos dos seus amigos de novo... Você disse que tinha uma coisa que eu não ia gostar muito. Pensei: "É a foto da outra". Você me mostrou: a foto da menina com cabelos negros e cumpridos era uma foto minha que você tinha acabado de tirar.

Terceiro ato: Delírio total. Narrarei em forma de diálogo.
- Ai amor, que dor de cabeça. - Eu disse.
- Você tem remédio amor?
- Tenho... Mas to com preguiça de tomar.
- Mas você tem né?
- Aham.
(Intervalo de alguns minutos)
- Vou pegar um negócio de biologia amor. - Você disse.
- Que?
- Um negócio de biologia.
- Ok.
Abaixei a cabeça pra descansar até que você voltasse. Levantei a cabeça depois de um tempo, você estava do meu lado com um copo de água.

A ordem não importa. O ponto de interrogação é justificado pela minha vontade de que esses atos sejam infinitos, constantes e eternos no meu dia a dia. Sinto que esses atos são impulsivos, o que me anima ainda mais. Não são planejados. São apenas você. E em pensar que um dia eu acreditei que atos ensaiados eram prova de algum sentimento. ILY.

"Não sou jovem o suficiente para saber tudo"

____Oscar Wilde infernizando minha vida.
____Vou contextualizar:
____É bom pensar que se é persuasivo. Que todos concordam com você pela sua argumentação. Até pensa-se em ser advogado. "Dono da verdade?" Não, apenas poder com as palavras.
____Até que ouve-se essa frase... "Não sou jovem o suficiente para saber tudo". Até aí, só aquela pulga atrás da orelha.
____A frase fica, algumas vezes você ouve o eco dela, aleatoriamente...
____Até que acontece.
____O ápice, o clímax.
____Numa conversa, inicialmente amigável, surge um assunto polêmico. Você tem uma opinião formada e a defende avidamente. Até que você se dá conta de que está conversando com uma pessoa ignorante, que apelará até que você pense "Chega, não aguento mais ouvir tanta besteira", e desiste da discussão.
____Aí você ouve uma voz, que julga ser a de Oscar Wilde... "Não sou jovem o suficiente para saber tudo". FDP. Você percebe que nunca tinha perdido uma discussão pelo seguinte motivo melancólico: sim, você é jovem o suficiente para isso, enquanto todas as pessoas que você supostamente "convenceu", não o foram.
____Você percebe que a pessoa com quem você desistiu de conversar/convencer e considerou ignorante, só é tão orgulhosa quanto você sempre foi. E não, você não amadureceu, você não deixou seu orgulho de lado ao desistir da conversa. Você só se cansou, pela primeira vez. Você nunca teve razão, você só sempre foi jovem, no sentido entristecedor da frase.
____Sabe quando as pessoas citam sua frase preferida, sua inspiração? Eu nunca tive, na verdade não tenho. Mas se um dia alguém me perguntar, citarei essa que dá nome a esse texto, dizendo que é a frase que me faz calar a boca de vez em quando.
 

The same old fears

____Será que sempre vai ser assim? Lembrei desse trecho dessa específica música, que tanto já me intrigou, depois de uma consulta com minha psicóloga... Sempre eles, os mesmos medos, as mesmas angústias. Justo quando eu pensava que tinha superado, que tinha mudado. Meu maior defeito volta.
____Hoje, para provar esse ciclo que as coisas ruins fazem na nossa vida, tive outro infeliz acontecimento. As mesmas decepções. O mesmo ciclo: confio, sou decepcionada.
____Liga-se mais para o status, para a imagem. É isso que você fez, e sempre vai fazer. E eu sei que você se encontra numa encruzilhada, e que escolheu o papel que sua posição te dá, e não o papel que eu te considero.
____A questão é: essa sempre é sua escolha, então até quando eu continuarei escolhendo confiar em você, e depositar em você um papel diferente daquele que você prioriza. Queria que isso mudasse logo.
____Mas parece que enquanto alguns usam um fato ruim para evitar bons acontecimentos, para fugir da felicidade por medo, pra mim falta medo. Eu sigo acreditando nos momentos em que tudo está certo, sem peceber que é apenas uma passagem para tudo voltar a dar errado.

Adendo

19:55 Tenho mil coisas sobre as quais escrever... Na verdade 9 textos entalados (na garganta, nos dedos e na cabeça). Porque estou fazendo este adendo? Porque o novo formato do blogger está dificultando tudo (para não ser depreciativa, vulgar e extremamente grosseira, optei por usar o verbo "dificultar"). Até vim aqui escrever, dia desses. Mas ao deparar-me com este novo formato, desisti. Mas vamos lá. Né?
22:24  Adendo do Adendo. Está tão difícil me acostumar com esse novo formato do site. Fiquei pensando sobre isso, um amigo meu disse que preferiu, enquanto eu reclamava. Metodismo e chatice pra quê né Fernanda?

11/12/12 Adendo ao adendo 2  
Li esse texto e achei essa fala ridícula (para não ser depreciativa, vulgar e extremamente grosseira, optei por usar o verbo "dificultar"). Todo mundo sabe que eu falo palavrão. Seja depreciativo, vulgar ou extremamente grosseiro... A verdade é que esse desing novo fudeu tudo.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Minha índia

_____Tantos conceitos para a palavra amor... Novos, antigos. Destruídos.
_____A maioria deles, construí e destruí ao teu lado. Literalmente ao teu lado. E agora eu percebo qual o maior dos amores. O mais forte, o indestrutível. 
_____Aquele que não se fala, aquele que só se aceita e retribui. Não precisa pensar, não precisa forçar. Um dia simplesmente percebemos que ele estava ali há 2 anos, e que depois de tudo que passou, ele sempre vai estar.
_____Amar é ter coragem de dizer: eu abro mão disso por você. Disso, que me fez tão feliz. Disso, que me tirou da fossa. Disso, que eu quero tanto. 
_____Você sabe que eu não sou a pessoa mais altruísta do mundo. Você sabe que eu invejo e odeio isso em você. Invejo pois não sei como você pode colocar os outros acima de si mesma. E odeio porque quero teu bem, meu anjo.
_____E com você, e com mais ninguém, eu consigo sentir um sentimento tão altruísta. Eu consigo sentir, não vontade, mas coragem, pra largar tudo e tentar te deixar bem, custe o que custar. E, convenhamos, coragem é muito mais difícil que vontade.
_____Meu sacrifício é por você. Pelo teu sorriso, pra não te ouvir nem ver chorar.
_____Meu amor mais sincero e infinito é o do tipo que eu sinto por você.

_____Você sempre vai estar em primeiro lugar.