Primeiro ato: Ensaio geral. Estudávamos, como serão os começos de todos os atos. Mal sei como consigo
estudar (o pouco que estudo) ao teu lado, como consigo não me distrair o
tempo todo. Aliás, me distraio sim o tempo todo. Te vi mandar uma mensagem, continuei a estudar. Meu celular vibrou.
Segundo ato: Outra demonstração. Estudávamos. Você me mostrou umas fotos de uns amigos, no celular. Eu ri, você riu, quase sem motivo. Apenas por estarmos ali. Depois de um tempo, te vi sorrir, adoro isso. Mas te vi sorrir vendo uma foto. Um cabelo escuro, comprido. Você não imagina o quanto invejo cabelos compridos. Fiquei com aquilo na cabeça. Tentei ignorar, tentei esquecer, tentei fingir que não sou ciumenta. Ficou na tentativa. Pedi para ver as fotos dos seus amigos de novo... Você disse que tinha uma coisa que eu não ia gostar muito. Pensei: "É a foto da outra". Você me mostrou: a foto da menina com cabelos negros e cumpridos era uma foto minha que você tinha acabado de tirar.
Terceiro ato: Delírio total. Narrarei em forma de diálogo.
- Ai amor, que dor de cabeça. - Eu disse.
- Você tem remédio amor?
- Tenho... Mas to com preguiça de tomar.
- Mas você tem né?
- Aham.
(Intervalo de alguns minutos)
- Vou pegar um negócio de biologia amor. - Você disse.
- Que?
- Um negócio de biologia.
- Ok.
Abaixei a cabeça pra descansar até que você voltasse. Levantei a cabeça depois de um tempo, você estava do meu lado com um copo de água.
A ordem não importa. O
ponto de interrogação é justificado pela minha vontade de que esses
atos sejam infinitos, constantes e eternos no meu dia a dia. Sinto que esses atos
são impulsivos, o que me anima ainda mais. Não são planejados. São
apenas você. E em pensar que um dia eu acreditei que atos ensaiados eram prova de algum sentimento. ILY.