segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Razão e emoção, achava eu que eram coisas distintas e separadas. Uma independente da outra, meu ideal de liberdade. Agora eu nem sei mais o que é o que. 
Aquele dia que amanhece azul clarinho, e a cada minuto e azul vai ficando mais e mais vivo. O dia vai acabando e vai ficando tudo meio amarelo, meio rosa. Quando você se deu conta, o céu ficou vermelho, nem dá sequer para achar o contorno do Sol, e a gente não entende mais nada. Só que dali uns poucos e intensos minutos, tudo vira breu. Aí você não enxerga nada, até que com o tempo, os olhos acostumam e uns pontinhos vao aparecendo. De repente, aquele breu está estrelado e completamente iluminado. Então você pensa... Aquilo tudo esteve ali o tempo inteiro.
Incrível como a postura muda dependendo da situação. Até duas semanas atrás, eu estaria indiferente e completamente bem. Agora, não deixo de estar bem, mas um bem incompleto. Talvez seja até pior que o mal em si. É um mal ser ter o direito de estar mal. É mimo.
E agora eu não sei mais a diferença. É a personificação da relatividade. Eu estava tão bem, feliz, completa. Agora, do mesmo jeito, tenho as mesmas coisas: à mim mesma. Mas agora, já não é mais suficiente. Nem o passado é suficiente. Eu, que tenho uma fantasia com qualquer passado. Futuro é longe, e quase certamente me decepcionará. O passado está lá, quieto. Ninguém lembra, nem eu. E por isso, manipulo. E ele me completa.
Eu juro que ontem à noite, na teoria, eu aceitaria tudo numa boa, seria completamente plausível. Agora, ainda é. Plausível, mas irritante. Muito irritante.
Essa sou eu na fossa.