_____Engraçado como fazemos as coisas, e depois vamos pensar. Acabei de escrever um texto sobre pedidos que faço antes de dormir. Não sei o que foi aquilo, foi fora do que costumo escrever. Algumas partes rimaram, mas longe de mim querer ter escrito um poema. Foi só um conjuntinho de palavras.
_____Mas aí pensei, costumo pedir sempre bem mais que isso... Muitas coisas. E o engraçado é a frequência com que esses pedidos mudam.
_____Quando eu era pequena, era tudo tão decorado. Eu mesma criara, mas decorei e toda noite repetia aquelas palavras infantis e ingênuas para quem quer que estivesse a me olhar e zelar. Ou, para quem não acredita em nada disso, acredite que eu repetia-as à mim mesma.
_____De repente, algo acontece, e acha que pode se meter nos nossos pedidos mais íntimos. E não é que se mete? Aquela coisa começa a nos possuir e nos governar, de modo que ao nos deitar, é naquilo que pensamos, é aquilo que queremos.
_____Mesmo que aquilo já esteja acontecendo, oramos por uma melhora, pedimos o impossível. Pedimos para que o bom se torne melhor.
_____Mas para que, meu Deus, pedir tanto? Se aquilo aconteceu sem ninguém pedir.
