________Em todos os começos, eu já estava arrependida. Mas o medo de não tentar era maior que o de quebrar a cara. No fim, eu só pensava "eu te avisei...". Ninguém nem ousava responder dentro de meus pensamentos. Todos os meus eus mais íntimos ou externos sabiam desta pura verdade. Somos muito jovens, tanto os passados quanto futuros relacionamentos não podem, não devem e não serão eternos. Tem quem diga que quando isso acontece, é sorte... Às vezes eu penso que é azar.
________E em todas as promessas, eu sempre soube que não precisávamos. Mas é ruim você se dizer apaixonado sem se dizer independente. Precisávamos das promessas, juras. Ambos conscientes de que tudo um dia seria quebrado, certamente. E não diga que você realmente acreditava.
________Não foi por mal. Foi pelo bem maior: pela construção do amor. Mas não percebemos o mal maior consequente: a instabilidade. Uma hora todas as promessas e juras, não que deixassem de fazer sentido ou de serem verdadeiras, mas simplesmente não precisavam mais da voz. O olhar deveria falar por si só. Mas, verdade seja dita, quem lá gosta de se ler olhar? O delicioso é ouvir as palavras. Situação essa, do olhar, que se torna ainda mais excruciante e final para mim que, pessoalmente, prefiro ainda mais do que o som, a leitura das palavras. Elas eternizam concretamente: são provas. Não me chame de capitalista, não fale da diminuição moral e da perda de valores das palavras substituídas pelo contrato. Eu só simpatizo com a certeza. E no amor, ela é quase impossível.
________Pra você ver como não foi em vão, como não fui falsa. Era tão real que eu queria até contrato! Quem quer contrato com diabo? Pois é. E eu agora sei que você também não foi o vilão. Só tentamos calar a verdade e sonhar com a ideia do pra sempre.
________A verdade? O fim.